Como me tornei escritora de livros de chick lit?
Neste post eu vou te contar a história de como eu me tornei uma autora de livros de chick lit.
Quer conhecer um pouco sobre a minha trajetória e sobre o meu trabalho?
Então, continue lendo este post!
Às vezes nós não fazemos ideia que já estamos exercendo o papel de protagonistas do nosso próprio livro...
O início da história
Toda personagem de chick lit começa o livro na pior, não é?
Dizem que a vida imita a arte. Ou seria a arte que imita a vida? Porque há quatro anos, EU estava na pior.
Havia entrado em um emprego em que, para dizer o mínimo, eu não me encaixava. Recém-formada na faculdade de Design Gráfico, eu nunca me senti como uma designer de verdade. Talvez, por isso, o emprego que arranjei não tenha me caído tão bem. Apesar de ter imaginado que sairia da universidade e trabalharia com livros (afinal, até tinha me aventurado a escrever um romance, mas deixei o projeto de lado por falta de motivação), o cargo como diagramadora em uma editora não me fez sentir realizada como eu tinha imaginado. "Por quê?", eu me perguntava. "Por que isso não está funcionando, se eu amo literatura? Não era eu quem queria trabalhar com publicações?" Sem saber a resposta para essa pergunta, eu me demiti. E me senti completamente perdida e derrotada. Mal sabia eu que esse era apenas o início da minha história de chick lit. E eu tinha que fazer alguma coisa a respeito.
O capítulo dois
Como acreditava que trabalhar em uma empresa não se encaixava no meu perfil, achei estar no caminho certo quando tive a ideia de trabalhar como freelancer produzindo ilustrações, principalmente para livros infantis de outros autores.
Dessa forma, eu continuaria trabalhando com literatura e, ao mesmo tempo, exerceria a profissão na qual havia me formado. E eu realmente acertei no fato de que trabalhar sozinha combinava mais comigo.
Mas ainda não tinha acertado em cheio... Os projetos iam bem e, na procura por um hobby para meu horário vago, resgatei aquele projeto de romance que eu havia parado de escrever.
Retomei a escrita, com uma motivação renovada: era um hobby, então não havia porque me pressionar. Estudei bastante sobre escrita, me diverti muito no processo e, mais cedo do que esperava, eu estava finalizando o romance "Confissões de uma terapeuta". Decidi publicar!
Afinal, eu já tinha percorrido um caminho tão longo, investido tanto tempo naquele livro... Eu precisava ver essa publicação em carne e osso. Ou melhor: em papel e tinta.
Enquanto ainda trabalhava como ilustradora para meus clientes, paralelamente gerenciei a publicação do meu próprio livro.
Não tinha grandes expectativas quanto ao retorno financeiro, número de vendas, sucesso de bilheteria, etc. etc. etc. Só o que eu queria era ver esse projeto se tornar realidade.
A reviravolta
Mas o que eu ainda não havia notado era o jato de energia que pouco a pouco se espalhava pelo meu corpo, do fio de cabelo rebelde na cabeça aos dedinhos do pé, que sussurrava ao meu ouvido que talvez, só talvez, eu tivesse acabado de descobrir o motivo pelo qual eu não gostei daquele antigo emprego, para início de conversa.
O motivo pelo qual eu ficava feliz em atender outros autores como freelancer, mas ainda não me sentia completamente realizada. Era porque eu sentia, no fundo do meu coração, que eu mesma havia nascido para ser autora, não era? Pela primeira vez na minha vida, eu estava descobrindo o que era ter um sonho.
Não que eu tenha dado bola para esse sussurro. Eu o escutei, mas não o ouvi, entende? Demorou anos até que eu me desse conta: eu estava certa em querer trabalhar com livros, mas tinha errado na direção.
Foi depois de publicar o meu segundo e-book, o conto "Maldito Beijo!", que finalmente decidi dar ouvidos ao sonho que eu lutava para fingir que não existia. "Eu, ser uma escritora? Imagina..." foi logo substituído por "Sim! Talvez eu possa mesmo fazer disso a minha verdadeira profissão. Aliás, isso é exatamente o que eu tenho que fazer".
O clímax da minha história
Depois de muito pensar, eu finalmente deixei de ser freelancer, parando de atender os outros autores. Apesar de ter um grande carinho por eles, tenho plena certeza de que entenderiam o porquê de uma pessoa querer ter a mesma profissão que eles escolheram.
Tem coisa mais emocionante do que criar histórias, universos e finais felizes? Aparentemente, para mim não havia nada que soasse melhor.
No fim das contas, meus antigos clientes foram parte da inspiração para que eu me tornasse quem eu sou hoje: uma pessoa realizada e feliz em escrever histórias sobre protagonistas modernas, em busca da felicidade.
Fiz cursos para escritores, a fim de aprimorar meus conhecimentos, e me tornei uma leitora voraz de livros de escrita criativa, em português e em inglês, incluindo guias sobre como escrever o gênero literário chick lit.
Mas, por incrível que pareça, mesmo tendo me tornado escritora, a escolhi que fiz lá atrás sobre qual faculdade cursar foi certeira. Isso porque ser minha própria designer editorial e minha própria ilustradora para as capas dos meus livros não só me traz economia financeira na hora de produzir um novo livro, mas também a habilidade de passar minhas ideias para o papel de forma completa, considerando que minhas personagens são tanto escritas quanto ilustradas por mim mesma.
Por esse motivo, eu me refiro à minha profissão como "escritora e ilustradora".
The End
E foi assim que eu, Renata Lustosa, me tornei autora de livros de chick lit.
Não, não sonhava em ser escritora desde criança, e estava completamente perdida no começo dessa história. Mas descobri o meu final feliz no fim deste capítulo.
E ah! Este é apenas o livro um da minha vida. E espero que minha vida não seja um livro único, mas sim uma série de livros com muitas continuações. É por isso que eu acredito que, de alguma forma, todas somos protagonistas do nosso próprio chick lit. Todas temos momentos ruins, momentos de sacudir e levantar a poeira, e momentos de realização após o clímax da história.
E, o mais importante, todas temos grandes sonhos guardados no fundo do coração. Mesmo que ainda não tenhamos descoberto quais são eles.
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